Não está a ser fácil este inicio.. recomeçar tudo de novo, mudar por completo as minhas rotinas...
Saí pela primeira vez como "solteiro" para a night este fim de semana. Uma casa cheia de mulheres (pronto gente) bonitas, lindas... Muitas mesmo. Tenho a certeza que nem uma reparou em mim! É verdade, além de não ser daqueles homens que chamem à atenção, aquilo que um dia podia ser um dos meus trunfos, deixou de existir, terei que "educar" tudo isto de novo. Não fui capaz sequer de me insinuar a mulher alguma.
A única coisa que fui capaz de fazer toda a noite foi divertir-me, um tanto ou quanto recatado mas à minha maneira. Uma noitada até de manhã, coisa que já não fazia há muito muito tempo. No entanto, o que é certo é que tudo não passou senão de umas horas de distracção. Assim que deitei a cabeça na almofada... o mesmo de sempre. Mas porquê? Não podia limitar-me a lembrar alguns momentos daquela noite?! Tinha que estar sempre a olhar para trás e a pensar no que já não tenho?
Está realmente a ser complicado... vamos ver o que me reservam as próximas noites, os próximos dias.
Queria tanto que tudo isto não passa-se de um bela recordação.
E pronto.... o que era esperado aconteceu por fim. Não sei o porquê de querer falar comigo, dizer que tinha todas as certezas do Mundo e mais não sei o quê. Ainda nem um mês passou e simplesmente desistiu. Achou por bem que não se devia esforçar por isto que um dia foi especial... Resta-me aceitar e... cada um segue o seu caminho.
É realmente o melhor quando não se está disposto a lutar. Faz pouco tempo que li uma frase e dizia assim:
"A maior cobardia de uma mulher é despertar o amor num homem sem ter a intenção de ama-lo".
Resulta aqui na perfeição. Não sei se cobardia será a palavra mais correcta mas vale aqui no sentido que se pretende.
Disse-me ela que GOSTAR NÃO CHEGA...
Acredito... e quando nem se gosta então... não dá mesmo para nada..
Inicio hoje (mais uma vez) aquilo que tanto me custou à algum tempo atrás mas...
Agora uma nova questão se coloca, o que será que devo procurar?!
Chegámos a uma fase em que nenhum dos dois tem a certeza de nada, as pedras no caminho são cada vez maiores e a tarefa de tira-las do caminho torna-se cada vez mais difícil . A célebre frase de Fernando Pessoa “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…” deixa de ter aqui sentido, é um sacrificio grande demais guardar as pedras que vão surgindo agora no nosso caminho. Diria mesmo que é um "fardo" que nenhum de nós quer carregar.
Aquilo que poderia ser um fim de semana maravilhoso, tornou-se em dois dias estranhos... foi raro ver uma manifestação de carinho de parte a parte.
Agora também ela assume que não é a mesma pessoa, aquela pessoa meiga e carinhosa por quem me apaixonei, pior, diz que não sabe sequer se voltará algum dia a ser essa pessoa.
Posto isto, pensa-se em desistir... Pelo que sinto por ela, estaria disposto a continuar esta luta inglória mas não vejo essa vontade da parte dela.
Será que é realmente necessário este caminho da felicidade ser tão duro e carregado de obstáculos?!
Será que o que chamamos de felicidade vale todo este sofrimento?! Este adormecer e acordar sempre com os mesmo pensamentos?!
Tenho cada vez menos certezas se valerá a pena...
Mas porque é que um homem com a minha idade sente tanta necessidade de ouvir certas coisas?! De se sentir amado, desejado...
Passei toda uma vida a demonstrar apenas ás pessoas com quem tive relações o quão meigo sou, será que por ser assim, todas as mulheres depreendem que por dar tanto não preciso de receber pelo menos um pouco?!
Acaba sempre por dar nisto, mais cedo ou mais tarde.
Eu tenho necessidade de me exprimir, dar de mim, adoro um bom filme e não dispenso o estar agarrado à pessoa amada, ao dormir de companhia, é impensável dormir como se estivesse sozinho, adormeço e, por norma acordo abraçado a essa pessoa. (com algumas excepções no Verão!) É certo que para muita mulher sou exagerado em meiguice, mas quando decidiram ficar ao meu lado eu era assim e essa era talvez uma das minhas maiores qualidades para elas, passados um, dois anos parece que essa meiguice se torna algo indesejável e não, não sou assim tão cola na rua por exemplo embora jamais me envergonhe de demonstrar o meu afecto onde quer que esteja.
Será que dois anos é o limite máximo para os mimos?! A partir desse tempo tem-se que ser frio, distante?! Eu não sou assim apenas na conquista... sou assim todos os dias, faz parte de mim.
Ou sou eu que realmente não entendo mulher alguma ou sou o verdadeiro incompreendido.
Custa-me estar assim, gosto de dar mas assumo que também gosto de receber e não tem que ser na mesma quantidade...
Parece que ando a pedir esmolas...
Não está fácil e... o futuro não se adivinha melhor.
É triste... é triste quando dizemos AMO-TE a uma pessoa e recebemos de volta um simples:
"Uma noite boa, dorme bem, beijão grande..."
Tenho estado em falta aqui com o meu cantinho mas a tentativa de encaminhar a minha vida ao lado da pessoa que amo tem tomado grande parte do meu tempo livre e a hora de expediente tem sido curta para tudo!
Esta nova oportunidade que ambos demos a nós mesmos tem-se revelado um pouco estranha uma vez que nenhum dos dois conseguiu ainda ser a pessoa que era antes para com o outro. Se quando estamos juntos quase tudo é igual, notando-se claramente uma menor demonstração de afecto e mesmo um redução do tempo que damos somente para nós. É hoje raro estarmos completamente sozinhos por mais que uma hora, quando estamos longe e o contacto é apenas por mensagem, nota-se então uma clara diferença em, digamos, quantidades de contactos! Mesmo as palavras escritas são parcas e com pouco sentimento. Nota-se sem duvida alguma que as coisas ainda não estão no caminho certo nem tão pouco posso dizer com certeza que alguma vez retornarão ao caminho correcto. Desta vez, ficaram marcas bem fundas e isso está a reflectir-se no dia a dia.
Assumo porém que da minha parte estou mais diferente do que de todas as outras situações, se no passado continuei sempre a viver para ela, neste momento deixei-me disso... os dias em que não há possibilidade de estarmos juntos, seja por motivos profissionais ou não, deixei de ficar em casa à moda dos anos 70/80 e comecei também eu a sair e estar com os meus amigos, esta a atitude era necessária para que também eu começasse a funcionar.
Esta mulher tinha muito de mim, pelos vistos demais até... se nunca soube dar valor, agora pode ser que ao menos sinta a falta dessas atitudes. Mas não pensem que o faço por vingança ou para a afectar, não é mesmo nada disso. Não é nada mais que viver também a minha vida como ela sempre viveu a dela. Agora também eu gozo dos meus amigos, dos meus cafézinhos... Agora, também eu tenho uma vida para além dela!
Estou a re-aprender a viver comigo mesmo! E porque o sol quando nasce é para todos:
